"Meu grito foi tão abafado que só pelo silêncio contrastante percebi que não havia gritado. O grito ficara me batendo dentro do peito”. C.L.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Eu choro, sabe? Choro sim, choro muito.
A pureza e a verdade de um choro não consistem nas lágrimas derramadas nem num grito muitas vezes forçado. Não molda um rótulo pra tua vida que ele te domina.
Não tenta se encaixar em algum lugar que é feio. Não força que é triste.

Esse aperto constante, meu, teu, do vizinho e de Deus, faz parte sabe? Não reclama que pior é a ausência da dor, a ausência do pulso, a falta da voz. Não pede pelo estável, que Deus não vai dar risada contigo.

O que é intocável não é natural, ninguém se identifica com a perfeição.

2 comentários:

Isadora Cecatto disse...

Meu Deus. Tem alguma coisa acontecendo contigo, et, ou sempre foi assim e eu nunca tive capacidade pra ver. Sempre escrevesse muito, mas agora... Te traduzes. Me assusta, mas eu gosto. ISSO é que é ter a escrita por dom, nada mais. Não tem o que dizer.

Camila Vivas disse...

Como diz Neruda: "o pior dos sofrimentos é nunca ter sofrido".

E o aperto costante aqui, me faz lembrar que é de apertos que sinto o pulsar do coração.

Lindo texto!

Passarei mais vezes por aqui.