"Meu grito foi tão abafado que só pelo silêncio contrastante percebi que não havia gritado. O grito ficara me batendo dentro do peito”. C.L.

terça-feira, 10 de junho de 2008


"Ah, se fosse como a gente quer...
Ah, e se o planeta explodir, eu quero que seja em plena manhã de domingo, e que eu possa assistir."

Não sou de sair gritando por aí, embora minha alma quisesse vez ou outra expandir ao máximo a agonia de ser tudo e não saber de nada. Não sou de reviravoltas inesperadas, mas tenho horror à estabilidade do comodismo. Gosto do surpreendente. Do entorpecente. Do amor que de tão forte chega a machucar. Almejo o quase impossível. Sonho com o mundo do outro lado da rua. Sinto saudades antecipadas e tardias do chão que piso, tão íntimo, tão meu.
Guardo um coração que depois de tanta risada, começou a chorar. Bem de leve, discretamente, aos poucos se derrete em mil, em um, em nada. Tenho a estagnação do mundo num bolso, um par de asas na mão. Só não aprendi ainda a voar.
Tenho pavor da rotina. Sei que quanto mais naturais são as coisas que fazemos, quanto mais seguimos um determinado ritmo, chegamos mais perto do ponto da vida que ficamos cara a cara com o enjôo e o desespero. Tenho medo antecipado. Muito.
Se nunca tive curvas na vida e por isso não pude aprender a ser eu, não tenho culpa. Preocupo-me diariamente em parar de perseguir minha sombra. Calar os meus botões. Não perder de vez minhas lágrimas.

não briga não, não assusta. só me deixa ter meu medo sozinha. em paz (?)

2 comentários:

Isadora Cecatto disse...

Eu vejo um pouco mais de vida aqui no blog, agora. Isso me faz bem.
Não tem nunca o que dizer, sabes bem. Se não passasse de mera poesia, de palavras calculadas vindas de uma simples escritora com boas idéias... Mas não. Quando é da alma a gente fica sem ter o que dizer, sabes bem também.

...tanto!

Anônimo disse...

sim.
faz pensar. E bastante, pra te falar a verdade. Viajei legal nas palavras e at� agora estou dentro de umas delas.

adorei

beijos mil,