sábado, 18 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
Talvez seja mais fácil depositar toda a culpa e essa incerteza cansativa, nas circustâncias. No erro ou na perfeição do tempo. Se eu acreditar que fiz parte de um dia teu não programado, de um ontem que chegou mais tarde, quem sabe assim eu possa entender e aceitar, e enfim seguir em frente. Ou talvez seja apenas mais uma desculpa que eu encontrei.O fato é que não importa quantos dias passem, pois mesmo que as decepções sejam somadas a novos sóis, tua estrela insiste em brilhar mais forte. E "nada no mundo cega mais que o teu nome". Porque mesmo sem saber, te criei e com toda certeza acreditei em ti, sem pestanejar.
Mas já não sei (e na verdade nunca soube), se a culpa disso tudo foi minha, e dessa minha mania de me jogar de cabeça em tudo o que não é certo, ou se foi algo muito maior do que isso. Mesmo que eu não acredite, no fundo qualquer um tropeça na idéia de um sonho.Talvez seja exatamente isso que signifiques. E toda essa intensidade deva-se ao fato de que encaixas em todas as minhas exigências e todas as minhas vontades, como se fosses o encaixe perfeito de um sonho, ou talvez o sonho que eu encaixei ao teu redor, quando a vida andava sem andar e meus olhos não sabiam o que fazer. Nesse momento te vi, e acho que acabei acreditando.
terça-feira, 19 de maio de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Meu amor,
Por fim descansei a xícara vazia de café sobre a mesa. Foi a quarta que entrou deslizando garganta adentro sem ativar nenhum de meus sentidos, e a manhã ainda não acabou. E se você ainda lembra, nem gostar de café eu gosto. Levantei-me da cadeira dura e mais uma vez fugi para a janela, percorrendo a distância absurda de dois metros e meio dentro daquela imensa caixa de sapato suspensa no ar. Típico quarto-sala-banheiro-cozinha enfiados à força onde qualquer ser com o mínimo de bom senso não colocaria mais do que um sofá. Síntese do que costumávamos rir, cuspindo verdades para baixo de um tapete, quando chamávamos algo assim de minha vida.
Mas voltando à janela. Certo dia tivemos uma vista maravilhosa, de frente para o mar, onde o sol entrava radiante pela frente e se punha com graça iluminando todas as coisas e pintando cada mínimo detalhe em um arco-íris vermelho e rosa, temperado com laranja, que invariavelmente nos brotava o maior dos sorrisos no rosto e o melhor dos abraços. Você se lembra? Os pássaros pousavam no parapeito sem medo, e as ruas ainda eram silenciosas e seguras. Mas isso foi há muito. Gigantes de concreto surgiram com uma velocidade inimaginável, e chegávamos a nos assustar ao dobrar uma esquina esquecida. Até o dia em que acordamos e o sol já não entrava mais em casa. Acho que foi em algum momento dessa época que você partiu e levou consigo toda a cor.
Sei que estou sendo piegas e extremamente chata e melosa, mas preciso ter certeza de que você ainda lembra-se daqueles dias. Preciso que você entenda, porque preciso entender.
Não que sua presença fosse palpável, ou que eu houvesse contado com seu coração quando o meu chorava e se recusava a andar em frente. Na realidade, nem falar você falava mais, e eu nunca lhe disse o quanto eu detestava contar meu dia para o vazio de suas palavras devolver-me mais vazio ainda. Mas seu sorriso era meu sol e você ainda era o tamanho perfeito do meu abraço. E meu amor por você permanecia o mesmo.
Sinceramente, há duas semanas que perco o sono tentando lembrar da cor dos seus olhos. Não preciso forçar a lembrança do efeito que eles tinham sobre o meu, porque essa vem incovenientemente nos dias frios – e também nos quentes – mas não importam as horas que perdi (ou que ganhei) afundando conscientemente e sem medo dentro deles, não pareço mais capaz de lembrá-los.
Você sabe o quanto me perco e me desvio se mergulho assim em mim mesma, você me conhece melhor do que ninguém.
E eu peço desculpas.
Mas é que hoje a saudade foi forte demais.
Com meu amor um pouco torto,
S.