"Meu grito foi tão abafado que só pelo silêncio contrastante percebi que não havia gritado. O grito ficara me batendo dentro do peito”. C.L.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Oi. To precisando de ti. Quero sentir tua mão pelo meu cabelo, me acalmando daquele jeito que só tu sabes e que eu nunca pude sentir. Preciso do teu olhar compreensivo que nunca pousou sobre o meu. Da tua capacidade única de transformar todas as minhas incertezas em sonhos a serem realizados. Do teu sorriso que nunca me levou para um mundo além desse que eu conheço.
Preciso daquele teu abraço forte, que traz certeza e calma, que traz verdade e dá razão a tudo, sentimento que eu nunca pude desfrutar. Quero sentir contigo o tempo voar e não ter importância, mas tudo o que eu escuto é o tic-tac cada vez mais forte. Tenho urgência de ti que eu nunca encontrei, que eu nunca esbarrei na esquina, nunca achei perdido numa festa. Preciso do sonho que não és pra mim, pois me mantenho constantemente acordada.
Ando com uma ânsia de aprender todas as coisas que não me ensinastes, revives todas as nossas lembranças que eu não tenho. Quero te contar sobre o meu dia, sobre o que eu comi, com quem eu falei. Quero te dizer que tinham nuvens fofas no céu, e ainda assim eu me sentia presa numa névoa meio cinza. Dizer que o dia hoje passou devagar porque não pude ouvir tua voz que não sei se é doce ou forte. Contar tudo o que eu vi pela rua, que músicas escutei e que livros ando lendo.
Preciso da tua presença que preenche essa ausência seca que eu sempre carreguei nas duas mãos.



"Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho" (Caio F.)

Um comentário:

Jana disse...

Olá Júlia...em primeiro lugar muito obrigada pela presença no blog e pelo comentário também...
Pelo visto temos uma paixão em comum...Caio...sou simplesmente apaixonada pela tristeza ruminante dele...uma tristeza sem começo, sem meio e sem fim...