"Meu grito foi tão abafado que só pelo silêncio contrastante percebi que não havia gritado. O grito ficara me batendo dentro do peito”. C.L.

terça-feira, 29 de julho de 2008



Não é mais tão fácil como foi um dia. Pego o papel e o lápis e todas as frases que surgiram durante o dia se dissipam. Talvez se eu não tivesse dissolvido-as ao sorrir e esconder o choro no instante em que os olhos secaram. Adjetivos e metáforas não são mais suficientes. O nó na garganta sumiu e não deixou nada em seu lugar.
Essa trava que me impede de sair aqui de dentro. Vejo o mundo lá fora com a mesma consciência de que meus pés não poderiam mais sair do lugar no momento em que eu suplicasse por movimento. E mesmo que saíssem, será que faria diferença? De que adianta andar por fora se o que tem dentro continua obscuro e inatingível?
Sei que as coisas são assim mesmo. Só que hoje não quero aceitar.
Largo histórias sem fim no banco da praça e deixo que a chuva leia. Se ela não gostar o vento devora, ou o tempo faz sumir.

Tentar transferir para a razão seca ao colorir com palavras infinitas a névoa cinza de dentro.
Nem isso conforta como ontem.


2 comentários:

Unknown disse...

vim agradecer a visita e dizer que acredito na completude mesmo sendo uma ilusão, pois acredito ainda que todos buscamos um par mesmo sem perceber.

Anônimo disse...

Recadinho prá você lá no meu blog...
;-)
Beijos!